domingo, 12 de outubro de 2008

Na margem do rio




As palavras me atravessam
Feito um barco nesse rio
Na imagem de uma tarde
Ou na margem do vazio
A canoa move lenta
Ao vento de um assovio
Vai na direção do nada
Pela solidão de um fio
Eu caminho pelo mundo
Bem no fundo
Bem ao centro
Tudo roda nesse rio
Tudo e nada ao mesmo tempo
Eu caminho pelo mundo
Feito o homem da canoa
Se ela vira e ele nada
Se ele nada e ela voa
Eu caminho pelas pedras
Feito o homem pelas águas
Ele morre o dia parte
Eu não sigo e fico às trevas
Bebo o vinho do meu pranto
Sugo a essência do momento
Tudo roda nesse rio
Tudo e nada ao mesmo tempo




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