Mãos
Mãos
(João Marinho/Deni)
As minhas mãos nas tuas mãos
As mãos do mundo inteiro
Em nossas mãos
Mãos que semeiam
Que segregam
Mãos que norteiam
Que interpretam
Mãos que disparam
Mãos que seqüestram
Mãos que amedrontam
Que libertam
Mãos que passeiam
Mãos de fada
Mãos que penetram
Mãos são tão feias
Tão bonitas
Mãos tão prudentes
Atrevidas
Mãos são presentes
São esculpidas
São de chegada
São de partida
Mãos são de adeus
São de regresso
Mãos são pedaços
De universo
As minhas mãos nas tuas mãos
As mãos do mundo inteiro
Em nossas mãos
Há mãos que nunca se entrelaçam
Umas se dão
Outras se abraçam
De ilusionistas
De cartomantes
De curandeiros
Democratas
De pensadores, ditadores
Terroristas
De senadores
Deputados
Vigaristas
As mãos de todos os artistas
De escritores
Poetisas
As mãos que agridem
Também afagam
Ora permeiam
Oram, indagam
As mãos de Deus
De toda sorte
De vida e morte
Mãos de Rodin